O custo invisível do uso de IA: o que o ChatGPT faz com sua cognição
Você já se perguntou o que acontece com o seu cérebro enquanto usa o ChatGPT? Um novo estudo do MIT pode mudar como você enxerga o uso da inteligência artificial no dia a dia.
Gabriela Martins do E. Santo Moraes
6/20/20252 min read
O experimento que abre seus olhos
Pesquisadores do Media Lab do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) convidaram 54 pessoas para escrever redações ao estilo SAT em quatro condições: sem ferramenta (uso do cérebro somente); com pesquisa no Google; e usando o ChatGPT. Durante as sessões, os participantes foram monitorados e, ao final do experimento, os resultados foram surpreendentes:
O grupo “sem ferramenta” apresentou a atividade cerebral mais intensa, maior originalidade textual e mais conexão neural.
Já quem usou o ChatGPT teve regiões do cérebro relacionadas à criatividade e memória menos ativadas e se tornou dependente da tecnologia, do tipo “só digite o prompt e pronto.”
Memorizar seus próprios textos? Parece que ficou para trás: mais de 80% dos usuários de IA tiveram dificuldades em lembrar partes do texto.
O que está em jogo
A conclusão dos pesquisadores é clara e alarmante: a automação imediata oferece ganhos rápidos e aumento na produtividade, mas gera “dívida cognitiva”. Ou seja, o cérebro deixa de exercitar habilidades que importam no longo prazo.
Quando o grupo “sem ferramenta” foi liberado para usar o ChatGPT em outras sessões, sua atividade cerebral aumentou. Já o grupo acostumado com IA continuou com memória fraca, mesmo sem a ajuda.
O recado é claro: usar IA pode ser ótimo, desde que você saiba quando e como utilizar.
Testes no mundo real, 3 riscos reais:
Criatividade em risco: redações ficaram mais previsíveis, sem personalidade.
Memória afetada: quem usa o ChatGPT lembra menos do próprio texto — e até se sente “alheio” em relação a ele.
Ganho imediato, prejuízo constante: eficiência rápida, mas com “atrofia” das habilidades de pensar e aprender com consistência.
Imagine ter escrito uma redação brilhante há poucos minutos e não conseguir reproduzir nem uma citação? Ou transformar uma ferramenta poderosa em muleta diária? O que isso diria sobre nosso futuro?
Como equilibrar tecnologia e cérebro saudável
Equilibre o uso: use ChatGPT para inspiração, revisão ou estrutura, mas sempre escreva você primeiro.
Ative criticamente sua mente: questione, procure diferentes fontes de informação e reescreva os textos com suas próprias palavras.
Espaço para treinar: reserve momentos de “cérebro no comando” — sem IA, sem Google — para manter sua agilidade mental.
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